sexta-feira, 8 de março de 2019

Não preciso ser empoderada, obrigada.





Em mais um dia internacional da mulher, em que a palavra empoderamento será mais dita do que nunca, gostaria de oferecer uma visão sobre o que seria esse poder tão incentivado.

É considerado empoderamento quando uma mulher é retratada numa série, filme ou livro como sendo a personagem principal e quando nessa mesma série, filme ou livro os personagens masculinos são débeis, ridículos ou brutos. No entanto, reclamam quando os homens reais se tornam ridículos, inaptos e brutos.

É considerado empoderamento quando uma mulher toma os lugares mais altos de alguma profissão e é considerado machismo quando não o alcança, mesmo que se prove que a mesma não tinha condições técnicas para tal.

É considerado empoderamento quando uma mulher se expõe numa foto nua ou sensualiza com caras e bocas nas redes sociais, pois isso é sinal de libertação. Mas reclamam quando uma atriz aparece 99% das cenas nua, dizendo que ela esta sendo tratada como objeto.

É considerado empoderamento quando uma mulher possuí um trabalho mais rentável que um homem, mas não vê seu filho crescer.

É considerado empoderamento acreditar que vivemos numa sociedade patriarcal, que possuí uma grande teia de idéias centradas em trancar a mulher em casa, para não permitir que ela se descubra; mesmo sabendo que a realidade mostra o oposto, que na grande maioria das casas, igrejas e empresas quem está em maior número é a mulher e também é ela quem ordena as coisas e manda em todos. 

Essas e outras tantas coisas ganham o nome de empoderamento, que resumidamente trata-se de: possuir visibilidade pela humilhação dos homens, em possuir altas posições talvez com o sacrifício de coisas verdadeiramente importantes, expor o seu corpo para quem quiser ver como um frango de padaria considerando tal ato como o pico da liberdade, não considerar que afinal o mundo gira na complementariedade entre homem e mulher, propagar uma idéia de medo do patriarcado malvado que não quer deixar com que a mulher cresça e apareça, mesmo vivendo numa realidade de homens sem um pingo de masculinidade. Assim para ser empoderada é necessário deixar com que outro lhe dê "poder", mesmo a custa de humilhação do outro ou de si.

Tal pensamento não me parece muito inteligente. Prefiro acreditar que eu tenho um poder e posso expressá-lo, mas não preciso humilhar ninguém, ainda mais o homem, nem acreditar numa idéia medrosa de patriarcado, nem mesmo me expor para provar o quanto sou livre.

Prefiro acreditar no poder da complementariedade, afinal a mulher gesta um bebê mas não consegue fazê-lo sozinha, todas as obras humanas são equilibradas na complementariedade e quando existe uma ação que favorece o desequilíbrio temos uma situação como a atual.

A sociedade é carente de mulheres que saibam de seu poder e de sua responsabilidade, mas que também saibam o poder e a responsabilidade dos homens. Carece de mulheres que não sejam guiadas pelo ódio ao masculino mas que saibam de sua missão junto ao masculino. Necessitamos de mulheres que sejam mulheres e que não substituam as suas forças femininas, que nascem na fragilidade, por atitudes tidas como masculinas.

O problema atual é um só: nós temos mulheres que se comportam como homens e homens que se comportam como nada. 

E parte da responsabilidade dessa situação absurda é desse pensamento super inteligente de empoderamento. 

Pois que "os homens que se comportam como nada" são os que se comportam como bichos com as mulheres e de fato devem ser punidos, no entanto, não podemos chamar a isso de empoderamento, mas de justiça. Assim como não podemos chamar de empoderamento a denúncia do fato, mas de coragem.

Me pergunto até quando tudo será chamado de empoderamento, mesmo contra toda a realidade que atesta que esse poder é um tanto falso e medíocre, já que precisa ser dado por outro.

De fato, não preciso ser empoderada, obrigada.

Existe mais coerência na complementariedade.



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